ISABEL ALLENDE || O AMANTE JAPONÊS
Atualizado: 11 de nov. de 2018
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«Começamos a envelhecer no instante em que nascemos, mudamos dia a dia, a vida é um constante fluir. Evoluímos. A única coisa diferente é que agora estamos um pouco mais próximo da morte. E que mal há nisso? O amor e a amizade não envelhecem.»
Ainda perdura uma certa dúvida se gostei ou não do livro. Não é dos meus livros favoritos devido à forma como a escritora escreve, mas tem uma história fascinante acerca do poder do amor.
«Todos nascemos felizes. Ao longo do caminho a vida vai-se sujando, mas podemos limpá-la. A felicidade não é exuberante nem buliçosa, como o prazer e a alegria. É silenciosa, tranquila, suave, um estado interior de satisfação que começa por nos amarmos a nós próprios.»
Esta história retrata uma história de amor entre duas nacionalidades distintas nos tempos obscuros da Segunda Guerra Mundial. Não seria este um problema se não houvesse um conflito de nacionalidade entre americanos e japoneses nesta época e se as classes sociais não representassem tanto para cada família.
Esta é uma história de amor secreta que durou uma vida entre Alma Mendel e Ichimei Fukuda. Alma morava na Polónia com os seus pais e irmãos, mas devido às invasões nazis, esta foi enviada pelos pais para São Francisco onde ficaria em segurança na proteção dos tios Belasco. É na casa dos Belasco que conhece o filho do jardineiro - Ichimei. Alheio a todos, um amor começa a crescer entre as duas crianças. No entanto, estas são brutalmente separadas após o ataque a Pearl Harbor que levou ao início da Segunda Guerra Mundial. Contudo, décadas depois, presentes e cartas misteriosas são descobertos trazendo ao de cima o amor de uma vida que até então poucos conheciam.
«Ninguém pode andar pelo mundo sozinho. (...) Porque a dor partilhada é mais suportável. (...) Todos temos demónios nos recantos mais escuros da alma, mas se os trazemos à luz, os demónios mirram, enfraquecem, calam-se e por fim deixam-nos em paz.»
Apesar de não ser o meu livro predilecto, tenho um fascínio enorme por livros que retratem os tempos da Segunda Guerra Mundial. Há sempre novos pormenores, pontos de vista ou acontecimentos que até então não conhecia. A novidade para mim, que nunca tinha ouvido falar, foi o facto de haver também campos de concentração Japoneses nos Estados Unidos. O livro retrata parte da vida no campo de concentração de Topaz.
«Não deves continuar agarrada ao passado e com medo do futuro. Só tens uma vida, mas se a viveres bem é suficiente. A única realidade é agora, este dia. De que estás à espera para começar a ser feliz? Todos os dias contam.»
Resumindo, por mais que amamos uma pessoa nem sempre seremos felizes com ela, mesmo que esse amor dure uma vida toda o destino gosta de o guardar apenas para si.
«Existem paixões que são incêndios até serem brutalmente apagadas pelo destino.»
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